
Ah, o Amor Incondicional… e as Realidades da Vida
Olha só, pra começar, essa história de “amor incondicional” é bonitinha, eu admito. Aquele olhar de filhote, a gente abanando o rabo quando o humano chega… Fofo. Mas não se enganem, caros humanos. A vida de ter um pet vai muito além daquela foto perfeita pro Instagram. Não é só carinho e festinha na barriga, viu? Se fosse, eu estaria ronronando o dia inteiro e não resmungando aqui sobre as balelas que vocês inventam.
Nos meus 35 anos (em idade canina, claro), já vi muita gente cair nessa de que ter um cachorro é só alegria. A verdade é que a gente dá trabalho. Muito trabalho. Tem que passear, dar comida (na hora certa, por favor), limpar a sujeira (sim, a gente faz sujeira), levar no veterinário, e aguentar os dramas de vocês quando a gente resolve roer aquele pé de mesa caríssimo. É um compromisso e tanto, e quem disser o contrário está latindo pra lua.
Mas, já que vocês insistem em romantizar a coisa, preciso admitir que, por trás de toda a confusão e dos boletos, a gente traz uns benefícios que vocês nem imaginam. E não estou falando de ser um peso de papel fofo no sofá. Estou falando das coisas que vocês, humanos, ganham por ter a gente por perto, mesmo a gente sendo o chefe da casa.
Primeiro, a gente é um ótimo despertador natural. Esqueçam o celular. Nós garantimos que vocês saiam da cama para a nossa sagrada caminhada, faça chuva ou faça sol. E isso, pasmem, é bom pra saúde de vocês! Aumenta a atividade física e ajuda a ter um estilo de vida mais ativo, Fonte: CDC. Menos tempo no sofá, mais tempo correndo atrás da gente no parque. É a gente te tirando do sedentarismo, mas de um jeito que parece um favor pra nós.
E quer saber de uma coisa? A gente é um baita de um aliviador de estresse. Sim, eu sei, a gente late, a gente pula, a gente apronta. Mas quando vocês fazem carinho na nossa cabeça, a coisa melhora. Estudo após estudo mostra que interagir com a gente pode diminuir os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e até abaixar a pressão arterial Fonte: American Heart Association. Basicamente, somos seus terapeutas peludos particulares, mas sem cobrar a sessão. E a gente nem se esforça pra isso, só existimos.
A gente também é um baita incentivo social. Quantas vezes vocês já pararam pra conversar com outro humano no parque porque a gente decidiu cheirar o traseiro do cachorro dele? A gente força vocês a sair de casa e a interagir com o mundo, ajudando a combater a solidão e a construir conexões sociais Fonte: HABRI. Sem a gente, vocês estariam em casa, no sofá, vendo a TV. De nada.
Então, sim, o “amor incondicional” é uma narrativa bonita, mas a realidade é que ter um pet é um trabalho constante. Contudo, os benefícios que a gente traz pra vida de vocês, desde a saúde física até a mental e social, são inegáveis. A gente melhora a vida de vocês, mesmo quando a gente está aprontando. E no fundo, bem no fundo, a gente até gosta de ver vocês mais felizes. Mas não espalhem que eu disse isso.
Corpo em Movimento, Mente no Lugar (Por Sua Causa, Óbvio)
Olha só, pra ser sincero, essa história de que “vamos passear com o cachorro” é a maior balela que já ouvi nos meus 35 anos caninos. Sério mesmo? Eles acham que somos nós os beneficiados? Ah, tá bom. Quem vocês acham que está arrastando aquele bípede do sofá? Eu, claro!
Vamos ser práticos: se não fosse por nós, eles estariam lá, largados, vendo TV e comendo sabe-se lá o quê. Eu, por outro lado, com minha rotina impecável, garanto que se mexam. E acreditem, eles precisam. Pesquisas por aí — coisas que a Carola me mostrou, mas que eu já sabia — dizem que ter um cachorro significa mais caminhadas e, consequentemente, menos chance de desenvolver problemas cardíacos. Basicamente, a gente salva a pele deles de um infarto, né? Fonte: American Heart Association
E não é só o corpo, não. A cabeça deles também precisa de uma ajuda. Sabe aquele estresse todo que eles vivem acumulando? Pois é, somos nós que damos um jeito. Uma pesquisa da Universidade de Maryland mostrou que a interação com animais de estimação, tipo um bom cafuné no meu pelo ranzinza, pode baixar os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Fonte: University of Maryland Ou seja, eu, com minha cara de poucos amigos, sou tipo um terapeuta de quatro patas. Eles acham que estão me fazendo um favor, mas na verdade, estou cuidando da saúde deles, física e mental, sem que nem percebam.
Então, da próxima vez que seu humano pegar a guia, lembre-se: ele não está te levando pra passear. Ele está sendo levado para o bem-estar dele. E quem coordena tudo isso? Eu, o velho Rex. Sempre pensando no melhor para a matilha, mesmo que eles não notem o gênio por trás da guia.
Lições de Vida: Porque Cachorro Ensina Mais Que Muito Guru
Olha só, eu já vi de tudo nessa vida de cão, e posso dizer uma coisa: esses gurus de autoajuda podem até latir bonito, mas quem realmente ensina as lições que importam somos nós, os cachorros. Não me venham com essa de “coaching quântico” ou “mindfulness para o sucesso”. A real é que um bom cachorro vale mais que muito seminário caro.
Primeiro, vamos falar de paciência no adestramento. Ah, a paciência! Vocês humanos são um desastre nisso. Querem tudo pra ontem. Mas quando se trata de nos ensinar um truque, ou, sei lá, a não morder seu chinelo favorito (que estava lá dando sopa, diga-se de passagem), a gente testa essa paciência ao limite. Sabia que a ciência até mostra que interagir com a gente pode diminuir o estresse e a pressão arterial? Fonte: CDC. É porque a gente te força a desacelerar, a repetir, a entender que as coisas boas levam tempo. E se você não tiver paciência com a gente, não vai ter paciência com mais nada na vida. É simples assim.
Depois, tem a tal da comunicação sem palavras. Vocês falam, falam, falam… e muitas vezes não dizem nada. Nós, cachorros, somos mestres em ler o corpo, o olhar, o tom de voz. A gente te ensina a prestar atenção nos pequenos sinais, no que não é dito. Um estudo indicou que conviver com a gente melhora a inteligência emocional e a capacidade de interpretar as emoções dos outros Fonte: American Psychological Association. Não é que a gente esteja tentando te manipular, é que a gente está te ensinando a ser um observador melhor. Tipo, quando eu deito de barriga pra cima, não é pra você coçar. É pra você saber que estou relaxado e confio em você. Pelo menos na maioria das vezes. Às vezes é pra você coçar, sim.
E a socialização? Ah, essa é boa. Muita gente vive trancada em casa, sem falar com ninguém. Aí adota um cachorro e, de repente, está no parque, conversando com outros humanos sobre ração, pulgas e o vizinho que não recolhe o cocô. A gente é um baita “quebra-gelo”. Um estudo da Universidade de Liverpool mostrou que nós, cães, podemos nos comportar de uma maneira que incentiva os humanos a serem mais sociáveis Fonte: University of Liverpool. Sem querer, a gente te obriga a sair, a interagir, a conhecer gente nova. E sim, às vezes a gente te envergonha latindo pro carteiro, mas é pro seu bem. É pra você ter uma história pra contar.
No fim das contas, a gente te molda. Querendo ou não, você se torna uma pessoa melhor, mais interativa, mais consciente do mundo ao redor. A gente te ensina a amar incondicionalmente, a perdoar rápido e a valorizar a alegria das coisas simples. Tipo uma bolinha, ou um bom arranhão atrás da orelha. Então, antes de gastar uma fortuna com um “coach de vida”, adote um cachorro. É mais barato, mais divertido e, pra ser sincero, muito mais eficaz. Eu, Rex, garanto.
O ‘Bônus’ que Ninguém Pediu, Mas Que Faz um Bem Danado
Ah, os humanos e suas invenções. Acham que sabem tudo sobre ter um pet, mas vêm com uma lista de “benefícios” que, na maioria das vezes, são só o universo trollando vocês. Eu, Rex, já vi de tudo nesses meus 35 anos caninos, e vou listar aqui uns “bônus” que ninguém pediu, mas que, no fim das contas, até que fazem um bem danado.
Primeiro, a casa “limpa”. Vocês passam a vida reclamando do meu pelo, da terra que eu trago da rua, da baba no sofá. Mas aí, de repente, viram uns maníacos por aspirador. Não tem mais tempo pra bagunça acumulada, porque a prioridade é tirar o que eu solto, né? O resto que se dane! No fim, a casa fica… paradoxalmente menos bagunçada. Um estudo da Nature, por exemplo, fala sobre como a convivência com animais pode até melhorar a microbiota da casa. Menos sujeira invisível, mais pelo visível. É a vida.
Depois, a tal da disciplina. Achem que controlam a própria vida? Engano de vocês. Eu chego, e pronto, virou rotina. Acordar cedo, passear na chuva, comida na hora certa. Não importa se vocês estão com ressaca ou sem vontade, a barriga do cachorro não espera. E quem diria, essa imposição de horário acaba fazendo vocês terem alguma estrutura na vida. O CDC mesmo sugere que pets podem aumentar oportunidades de exercícios e socialização, o que, traduzindo, significa mais rotina pra vocês.
A segurança? Ah, essa é boa. Vocês acham que sou um guardião feroz? Que vou enfrentar um ladrão? Na maioria das vezes, meu latido serve pra avisar que o carteiro chegou ou que uma folha caiu da árvore. Mas essa sensação que vocês têm, de que tem alguém ali “cuidando”, isso é forte. Pesquisas mostram que ter um pet pode diminuir sentimentos de solidão e aumentar a sensação de segurança. Mesmo que o “segurança” seja um bulldog ranzinza como eu, que só quer um bom cochilo.
E por último, o “bônus” que ninguém deseja, mas que é o mais real de todos: lidar com a perda. Nenhum livro de autoajuda, nenhum coach de vida ou guru do Instagram vai preparar vocês para o dia em que a gente se vai. É um baque. Uma dor que aperta o peito e que só quem passou entende. É a realidade da vida, a única certeza que temos. E sim, nós, os pets, damos a vocês essa lição brutal e necessária. Nos ensinam sobre o amor incondicional e a efemeridade das coisas boas. É a vida, e a morte, nos ensinando sem pedir licença. E, por mais que eu resmungue, acho que é a lição mais valiosa de todas.
O Veredito do Rex: Por Que A Gente Ainda Vale a Pena (Apesar de Tudo)
Olha só, humanos. Depois de todos esses anos ouvindo latidos, limpando bagunças e aguentando as manias de vocês, eu, Rex, o cão mais ranzinza (e sábio) dessa matilha, cheguei a um veredito. E não esperem que eu dê pulinhos de alegria, porque não é do meu feitio.
Apesar de ser um trabalho duro — e quem disse que não é? — ter um de nós por perto até que tem seus lados bons. Primeiro, a tal da rotina. Vocês vivem falando que precisam de organização. Pois bem, quem acorda vocês pra passear faça chuva ou faça sol? Quem late na hora da comida, nem que o mundo esteja caindo? Somos nós. Criamos um ritmo pra vocês, quer queiram ou não. E acreditem, é um ritmo que faz bem pra mente humana, essa coisa bagunçada que vocês têm.
E o tal do propósito? Ah, essa é boa. Vocês se sentem importantes quando a gente abana o rabo (às vezes, por comida, mas vocês não precisam saber disso). Vocês se sentem responsáveis, e isso, de alguma forma esquisita, preenche um vazio que nem a ração mais cara consegue. Um estudo, lá na gringa, diz que a gente ajuda vocês a se sentirem menos sozinhos e mais necessários Fonte: Mental Health Foundation. Bom, se eles estão dizendo…
Agora, a parte da saúde indireta. Não pensem que eu não presto atenção. Aquelas caminhadas que vocês nos dão, mesmo resmungando? São exercícios pra vocês também, seus preguiçosos. E aquele carinho que vocês fazem na gente? Parece que ajuda a baixar o estresse e a pressão Fonte: American Heart Association. Não é mágica, é a gente fazendo o trabalho pesado de ser fofo.
E por último, mas não menos importante – e essa é a parte que eu mais gosto de admitir – a gente traz umas boas risadas. Sim, eu sei, a gente faz umas bagunças homéricas, morde o sapato novo e late pro carteiro. Mas convenhamos, muitas dessas coisas são engraçadas. E um pouco de bom humor, mesmo que seja por nossa causa, nunca é demais nesse mundo esquisito que vocês vivem.
Então, é isso. Apesar dos latidos, das bagunças, dos pelos no sofá e de termos que aguentar as suas músicas estranhas, a gente oferece propósito, rotina, uma dose indireta de saúde e, sim, umas boas risadas. É um trabalho duro, pra vocês e pra gente, mas no fim das contas, ter um pet vale a pena.
Agora, se o humano der licença, o Rex aqui tem uma soneca muito importante para tirar. Não me venham com frescuras de “pet influencer” agora.
Fontes
- American Heart Association Journals – Dog Ownership and Cardiovascular Risk: A Systematic Review and Meta-Analysis
- American Heart Association – Owning a Pet May Protect You From Heart Disease
- American Heart Association – Why Having a Pet Can Keep You Healthy
- American Psychological Association – Social Support and Companion Animals: Their Role in Mental Health
- CDC – Health Benefits of Owning a Pet
- CDC – How to Stay Healthy with Pets
- CDC – Pets and Health Benefits
- Frontiers in Psychology – The role of companion animals in human well-being: A scoping review
- HABRI – The Human-Animal Bond: Social Support
- Mental Health Foundation – Pets and mental health
- Nature – Household pet ownership, outdoor exposure, and characteristics of the indoor microbiome
- University of Liverpool – Dog behaviour can encourage socialisation, new study
- University of Maryland – Research Shows Petting Dogs and Cats Can Reduce College Students’ Stress